Julho I Canção do Dia de Sempre

Canção do Dia de Sempre

Mário Quintana


 

Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...

Mário Quintana foi um Poeta Brasileiro, que desde cedou revelou através da escrita, o seu olhar sensível em relação às coisas simples da vida.

Atuou como jornalista e tradutor em importantes meios de comunicação e chegou a traduzir obras de importantes autores mundiais: Voltaire, Balzac, Proust, Virgínia Woolf e outros.

Em 1980, o poeta recebeu o “Prêmio Machado de Assis” da Academia Brasileira de Letras e em 1981 recebeu o “Prêmio Jabuti” de Personalidade Literária do Ano. 

Neste poema, afirma que devemos viver de uma forma leve e harmoniosa, sugerindo a filosofia latina "carpe diem" ("aproveite o dia").

Os versos sublinham que não faz sentido procurar o eterno ou aquilo que é imutável: é necessário aceitar a brevidade da vida e celebrar a própria existência diariamente.

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