Setembro I Ao Sobreiro
Ao Sobreiro
Antes reverenciado como símbolo de liberdade e honra.
Emerge da Mãe, frondoso e belo.
Resistiu ao período glaciar na bacia do Mediterrâneo e abençoa-nos com a sua presença em Portugal, pelo menos há dez milhões de anos.
Cuida-nos e nutre-nos de diferentes formas e mesmo os Ancestres mais atrevidos, o respeitam.
Este guarda a minha Casa, desde sempre.
Nos últimos tempos e à medida que a intimidade se aprofundou entre nós, uma nova comunhão se iniciou.
E a minha reverência e devoção a esta Mãe-Árvore, faz-me viajar por diferentes estados de alma, ao observar o esquecimento, a alienação e as atrocidades que estamos a cometer e a permitir.
Sabedoria e discernimento são cruciais para os tempos que vivemos.
E a forma como os “partilhamos” e/ou “consumimos”, pode ser Maestra ou desastre.
Há habilidade nesta dança a que a vida convida.
E esta sim – a Habilidade – é a Maestra.
Susana Cravo