Dia da Terra 22 de Abril
 

O Dia da Terra foi comemorado pela primeira vez nos Estados Unidos, no dia 22 de abril de 1970. No primeiro "Dia da Terra", o senador americano Gaylord Nelson (1916-2005) organizou um fórum ambiental que chamou a atenção de 20 milhões de participantes.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - Unesco intitula esta data como "Dia Internacional da Mãe Terra".
 

Um movimento crescente de atenção e envolvimento com o “tema Terra”, que deve ser valorizado e estimulado, cohabita com uma indiferença e desresponsabilização característica de uma psique imatura e egóica.

Há uma resistência em ver que o paradigma antropocêntrico e extractivista nos trouxe a um ponto de exaustão, que precisa de uma intervenção consertada e cuidadosa.

Qualquer intervenção, ainda que acompanhada das melhores intenções, deve ser precedida de uma mudança de olhar. É antes de mais a nossa forma de pensar e de ver o mundo, que se mantém cristalizada em valores obsoletos, baseados na separação e num imperialismo doentio. Ainda nos vemos como “habitantes da terra” e/ou como “donos disto tudo” e portanto com o direito de dominar, manipular, “enganar” a terra.
 

A partir do momento em que nos percebemos como parte da Terra, cohabitantes em comunidade, com outros Humanos, não Humanos e mais que Humanos, o nosso movimento de participar na vida (em vez de controlar a vida) emerge de forma orgânica.
 

Não se trata de ser fácil. Trata-se de ganhar consciência sobre a interdependência, sobre a necessidade soberana de honrar os ciclos da vida. Há escolhas difíceis, dúvidas, tentativas-erros, ajustes e é fundamental que todos eles sejam acompanhados pelo bom senso, uma vontade profunda de cooperar e de ser ponte, não deixando que o activismo radical nos cegue, nem que a sensação de impotência nos paralise.
 

Há muito por fazer, mas muito está a ser feito também. Todas e Todos nós, sem excepção, podemos activar o nosso estado de agência, de formas simples.

O tempo do guerreiro de espada em punho já era. O tempo do greenwashing da moda terá os dias contados e um tempo de abertura, diálogo e cooperação centrado no bem comum está aqui, chamando-nos a todas e a todos a participar na Vida.