Maio I Os Lírios Desabrocham sobre a Água Escura
Os Lírios Desabrocham sobre a Água Escura
Mary Oliver
"Dentro daquela colmeia de lama, esponja de gases, aquele quintal fedorento de folhas, bacia ondulante de sonhos, o caldo da vida pintalgado e em voragem das sanguessugas, rico como Babilônia, os punhos partem- se abrindo e as varinhas dos lírios se apressam, elas sobem como mastros pálidos com seus bicos de renda amarrados;
Um dia eles rasgam a superfície, no próximo eles desabrocham sobre a água escura.
E aí está você, na margem, convulsiva e pensativa, tentando prendê-los a uma ideia— algumas novas da sua própria vida.
Mas os lírios são escorregadios e selvagens—eles são desprovidos de sentidos, eles estão simplesmente fazendo, a partir dos impulsos mais fundos do seu ser, o que são impelidos a fazer todo verão.
E você, cara tristeza, também."
Tradução de
https://pontesoutras.wordpress.com/2020/08/27/tres-poemas-de-mary-oliver-por-yuri-amaury/
E porque a beleza do Poema, só é intocável na sua Língua original, deixamos a versão em Inglês:
"The Lilies Break Open Over the Dark Water
Inside that mud-hive, that gas sponge, that reeking leaf-yard, that rippling
dream-bowl, the leeches flecked and swirling broth of life, as rich as Babylon, the fists crack open and the wands of the lilies quicken, they rise
like pale poles with their wrapped beaks of lace;
One day they tear the surface, the next they break open over the dark water.
And there you are, on the shore, fitful and thoughtful, trying to attach them to an idea— some news of your own life.
But the lilies are slippery and wild—they are devoid of meaning, they are simply doing, from the deepest spurs of their being, what they are impelled to do every summer.
And so, dear sorrow, are you."
Mary Oliver é uma Poetisa Americana que nos guiou, e continua a guiar, pela beleza, simplicidade, profundidade e riqueza do mundo natural. A sua busca eterna por compreender tanto a beleza como a dor da natureza, não passou apenas pelo mundo, deixou-nos antes, um legado intemporal.
A poesia de Mary Oliver ganhou numerosos prémios, incluindo o Prémio Pulitzer, o Prémio Nacional do Livro e um Prémio Literário Lannan.