Biólogo Moçambicano Cria Protótipo Capaz de Desinfectar a Água por Iluminação Solar
Outubro 2022
O Moçambicano Beni Chaúque, Biólogo, Pesquisador e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola e do Ambiente na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em Porto Alegre, criou o protótipo de um sistema capaz de desinfectar a água por iluminação solar, tornando-a potável. O projecto, que agora está em processo de reconhecimento de patente, elimina bactérias e cistos de protozoários em até 90 segundos.
O sistema criado aquece e esteriliza a água com os raios solares UV (refletidos por um conjunto de espelhos), trabalhando de maneira constante, por meio de uma bomba movida a energia solar, que possibilita alcançar um volume de água muito superior.
Além do tempo, o benefício do projecto é o baixo custo, avalia Felipe Grando Brandão, chefe do Setor de Propriedade Intelectual da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico da UFRGS.
“É bom, bonito, barato e poderoso”, observa.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Unicef, um terço da população mundial, não têm acesso a água potável. O pesquisador Beni Chaúque, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi motivado a partir desta preocupação, a buscar uma forma de tornar a água mais acessível e barata, facilitando o consumo para as populações mais pobres.
A técnica desenvolvida por Chaúque consiste no tratamento da água com luz solar em fluxo contínuo e obteve um resultado 240 vezes mais rápido do que o método mais usual, que limpa apenas 1 litro de água a cada seis horas. Para isso Chaúque utilizou garrafas PET transparentes colocadas sob o sol numa estrutura com espelhos, criada por ele.
“O promissor protótipo poderá ser instalado no local de captação de água, ou seja, numa represa por exemplo, sem necessidade de energia eléctrica. Em fluxo contínuo permite disponibilizar de 1 a 5 litros de água potável por minuto”, o que significa que em 24horas, têm-se em média, 7 mil litros de água potável.
Outra vantagem está no custo do equipamento, que é relativamente baixo. “Se produzirmos numa escala comecial, o custo será acessível e poderá ajudar as pequenas comunidades menos favorecidas, que não têm acesso a água potável, tanto no Brasil como em Moçambique.
O novo equipamento para desinfectar água foi criado por Beni há pouco mais de um ano e meio e os próximos passos, além de patentear o produto, é elaborar um design mais arrojado, com novas configurações, para maximizar a quantidade de água produzida. O próximo objectivo, é que o sistema produza de 800 a 1.000 litros de água por dia, em períodos de sol.
Adaptado de Revista Raça