A Urgente e Lenta Tarefa de Observar e Conectar à Mitologia do Lugar não é um Acto Romântico ou Nostálgico
Fevereiro 2024
A urgente e lenta tarefa de observar e conectar à mitologia do lugar não é um acto romântico ou nostálgico.
Não tem tempo ou prescrição. Mas uma faina ritual que exige esforço e dedicação, em responsabilidade,
Este relembrar não serve para encontrar essências, purezas, unidade ou sequer "missões nacionais", e muito menos "portais".
É uma labuta que expõe os padrões que geram estas lineares mono-narrativas culturais, as transcendentes, envolvidas em excepcionalismo heróico.
Uma passagem orgânica de membranas e camadas de percepção.
É uma peregrinação em profundidade e ternura. Uma humilde viagem à intimidade de quem somos, onde não somos o centro, estando apenas em pertença.
Inteiros e íntegros, sempre híbridos e diversos. Um colo quente e imanente pleno de histórias e sussurros. Um embalo antigo de sustento e nutrição, em diálogo com a sombra e a luz.
Uma jornada paradoxal tão dura como carinhosa, tão selvagem como delicada.
Um empreendimento de vida e para a vida, em todas as suas cambiantes, fases e momentos.
Assumimos o perpetrador em nós e ainda assim embalamos a vida e ela embala-nos de volta.
Fonte: Sofia Batalha, Fevereiro 2024